Setembro amarelo: prevenir é valorizar a vida

por Instituto Cactus

11 de setembro de 2022

3 min de leitura

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O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que marca um mês repleto de campanhas de conscientização sobre o tema. Vemos que além de promover o diálogo para romper com o estigma sobre o suicídio, também é fundamental olharmos a fundo as estratégias de prevenção que nos apoiam a reforçarmos os laços com a vida.

O suicídio é a ponta extrema de um grave quadro em saúde mental, em que o sofrimento humano está latente e não conseguimos encontrar outros recursos pra interromper a dor. É uma situação desencadeada por diversos fatores, inclusive aspectos estruturais que vão muito além da crise individual, como a organização social e política da nossa sociedade. Por isso, o trabalho precisa ser sistêmico e anterior.

Segundo a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 50% das pessoas vivenciam  ao longo da vida algum tipo de transtorno mental leve ou moderado, como ansiedade. Mas a maior parte da população que busca ajuda profissional só o faz quando a situação está grave. Sendo assim, uma das principais chaves para a transformação desse cenário é fortalecer as ações de prevenção, garantindo, principalmente, diagnósticos e cuidados precocemente. 

Uma das principais causas dessa dificuldade está no estigma que atravessa o campo da saúde mental. Ainda há muita incompreensão, preconceito e negligência sobre o tema e sua importância nas diversas esferas da existência humana. Por isso, aqui no Instituto Cactus, além de respeitar a dor do indivíduo, ressaltando a necessidade de romper com o tabu e criar mais redes de esperança e amparo, nós trabalhamos para promover a saúde e convocar toda a sociedade a firmar um compromisso com o assunto.

No relatório “World Mental Health Report – transforming mental health for all”, última e mais importante publicação da OMS sobre saúde mental, vemos dados alarmantes sobre o suicídio ao redor do mundo. Ele afeta todas as pessoas, em todas as idades e em diferentes contextos. Sabemos, por exemplo, que as mulheres são o público com maior ocorrência de tentativas de suicídio e que esta continua sendo a segunda causa de morte mais frequente entre jovens de 15 a 24 anos. Na publicação, a OMS declara como meta global para 2030 que a taxa de suicídio seja reduzida em um terço. 

Para alcançar esse objetivo, vemos que precisamos ampliar o nosso olhar e reconhecer qual é o papel das escolas, das organizações, das políticas públicas e das estruturas de modo geral. O que a comunidade escolar pode fazer para amparar os jovens e evitar casos de bullying, violência e crises de pânico e ansiedade? Como os gestores podem implementar e monitorar projetos de lei e políticas de qualidade que estejam efetivamente empenhadas em melhorar a saúde pública? Como as organizações, empresas e lideranças deveriam se posicionar para proporcionar mais saúde e segurança para seus colaboradores, de fora para dentro, mas também nas suas agendas de responsabilidade social? 

Só é possível realizar mudanças estruturais se nos debruçarmos sobre essas questões e trabalharmos coletivamente. Este princípio tem norteado a atuação do Instituto Cactus desde o início e segue presente em cada parceria, pesquisa, projeto de lei, campanha e projeto que realizamos em nossa trajetória. Assim, desejamos que neste Setembro Amarelo a gente possa focar em movimentos mais estratégicos e sistêmicos e, em união, criar terrenos mais férteis e prósperos para todas as pessoas viverem com mais saúde e qualidade de vida.

 

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