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Saúde mental de jovens é foco de atenção e sensibilização no Congresso
voltarTemos a maior geração de jovens da história do Brasil. Vivemos um bônus demográfico nas últimas duas décadas, isto é, uma janela de oportunidades de crescimento econômico e progresso social, dado o tamanho desta parcela da população, no auge da atividade. Entretanto, o potencial dessa geração está ameaçado na medida em que a juventude brasileira vem adoecendo. O cenário já era preocupante antes da pandemia de Covid-19, e esse processo de adoecimento foi intensificado durante o período.
Dados do Atlas da Juventude de 2022 indicam que sentimentos negativos foram a tônica para os jovens na temática de saúde mental. Mais de dois anos após o início da pandemia, 6 a cada 10 jovens relatam ter passado por ansiedade; 5 a cada 10 por exaustão ou cansaço constante e 4 a cada 10 por falta de motivação nos últimos 12 meses. Para lidar com todas essas questões derivadas da pandemia, jovens indicam o atendimento psicológico especializado em juventudes na saúde pública e o acompanhamento psicológico nas escolas como prioridades neste momento.
O tema é tratado como prioridade no Instituto Cactus, que aborda a prevenção de doenças e a promoção de saúde mental como formas de cuidar não só do nosso presente, mas também de gerações futuras. Atuar com os jovens é de extrema importância, visto que, conforme dados compilados pelo Instituto Cactus, 50% das condições de saúde mental começam até os 14 anos e 75% até os 24, mas 80% disso passa sem diagnóstico. São diversas as evidências de que atuar nessa frente pode reduzir o adoecimento, melhorar o rendimento escolar e reduzir a evasão, além de otimizar o investimento dos recursos públicos no longo prazo. Por isso, é importante pensar em maneiras estruturais e articuladas de se trabalhar a saúde mental dos jovens, principalmente no âmbito das políticas públicas.
Com esse objetivo, o Instituto Cactus tem como um de seus pilares de atuação o advocacy e a incidência em políticas públicas, apoiando a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, além da construção de ferramentas concretas para governos e municípios, que visam endereçar o bem-estar mental da população adolescente. No Congresso Nacional, pudemos contribuir para a construção do Projeto de Lei 3.383/2021, que institui uma Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares e com o Projeto de Lei 1.773/2022, que cria uma Política Nacional de Combate ao Suicídio de Crianças e Adolescentes.
O Instituto Cactus também contribuiu com os debates do Grupo de Trabalho que estudou o aumento de suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre os jovens brasileiros da Câmara dos Deputados – também conhecido como GTJovens. Por entender que a saúde mental é multifacetada e, portanto, deve ser tratada de forma intersetorial, é que, ao participar de audiência pública pública no âmbito do grupo de trabalho, Luciana Barrancos, gerente executiva e porta-voz do Instituto Cactus, buscou destacar as evidências científicas sobre o tema, de forma a enriquecer o debate e sensibilizar os membros da Câmara dos Deputados sobre a importância de ações com foco em prevenção e promoção em saúde mental, posicionando-a como base fundamental das garantias de direitos.
E agora, há uma janela importante para avançarmos na pauta de prevenção de doenças e promoção de saúde mental de jovens no Congresso Nacional, com o encerramento e os importantes encaminhamentos do GTJovens. O Instituto Cactus acompanha com atenção os desdobramentos do relatório final de trabalho, que inclui a aprovação do projeto de lei, que contou com o suporte técnico do instituto, e que estabelece diretrizes para o estabelecimento de uma política nacional para se trabalhar a saúde mental nas escolas (PL 3383/2021).
Nossa atuação nestes fóruns visa jogar luz sobre a situação da população jovem no Brasil, garantir o cuidado com a saúde mental como premissa fundamental, e ajudar a centralizar a temática nas políticas públicas.