Chega de estigma: precisamos escutar os adolescentes sobre saúde mental

por Instituto Cactus

15 de julho de 2022

2 min de leitura

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De acordo com os dados reunidos em nosso levantamento Caminhos em Saúde Mental, 50% das condições de saúde mental começam até os 14 anos de idade e 75% até os 24 anos. Aproximadamente 80% dos casos não são diagnosticados ou tratados adequadamente e, por isso, muitos dos quadros que poderiam ser prevenidos ou recebido intervenções precocemente se agravam e afetam não só o indivíduo, mas todo o seu entorno. Esses dados destacam a importância de uma intervenção precoce e mostram a relevância da adolescência para a prevenção em saúde mental. 

Mesmo que o sofrimento psíquico seja comum a todas as pessoas, os impactos são diferentes porque quando falamos em saúde mental precisamos considerar os determinantes sociais que atravessam cada grupo. Assim, para trabalhar a saúde mental dos adolescentes, precisamos considerar suas necessidades específicas, e um dos pontos chaves é escutá-los em suas vivências individuais e promover espaços onde eles também tenham voz na decisão sobre o que eles precisam para apoiar uma boa saúde mental.

Sabemos que as primeiras experiências de vida das crianças e dos adolescentes, como as áreas que vivem, os processos de navegar e explorar suas identidades, as pressões que vivenciam quando deixam a escola e a entrada no mercado de trabalho podem ser questões de risco para uma boa saúde mental. 

De acordo com os adolescentes pesquisados pelo YMCA, os maiores desafios incluem: falta de oportunidades de emprego, fracasso dentro do sistema educacional, preocupações com a imagem corporal, rupturas familiares e abuso de substâncias.

Em contraste, ter famílias suportivas, amigos e comunidades, ferramentas para entender, falar sobre e lidar com sentimentos desafiadores, ambientes escolares saudáveis, adultos que possam acessar que entendam como eles se sentem, e suporte acessível e eficiente caso os problemas comecem a se tornar muito pesados, são pontos chaves que podem prevenir muitos problemas e promover uma boa saúde mental para os adolescentes.

Ao compreender o que desafia uma boa saúde mental e o que pode protegê-la e promovê-la, nós podemos introduzir políticas e serviços que apoiam as crianças e os jovens a alcançarem seu pleno potencial, promovendo a saúde mental. De modo geral, as pesquisas apontam para estratégias de cuidado mais integradas e que projetam seus serviços em colaboração com os jovens.

Para isso, é necessário que haja uma escuta eficiente com um apoio consistente para que os adolescentes possam falar abertamente sobre seus sentimentos e questões de saúde mental que estão lidando, e também um espaço eficaz que considere suas opiniões na elaboração e implementação de serviços e políticas públicas.

A incompreensão e as consequências de transtornos não tratados têm efeitos drásticos na qualidade de vida dos adolescentes por toda a vida. Se queremos transformar esse cenário e construir um futuro mais saudável, precisamos urgentemente falar sobre isso sem estigma e começar a escutar mais os nossos adolescentes e trazê-los para perto do debate.

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