Casa de Marias está com inscrições abertas para acolhimento psicológico emergencial para mulheres

por Instituto Cactus

20 de julho de 2021

5 min de leitura

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Para contribuir com o movimento de transformação do cenário da saúde mental do país, nós, do Instituto Cactus, estamos apoiando financeiramente um projeto de atendimento psicológico para mulheres negras, indígenas e/ou periféricas de todo Brasil através da Casa de Marias, organização de escuta e acolhimento.

De agosto a janeiro de 2022, a equipe da Casa de Marias vai acolher, de forma completamente gratuita, até 288 mulheres maiores de 18 anos nos serviços de atendimento psicológico por meio de canais e/ou ferramentas adequadas para cada mulher atendida. O público alvo do projeto são mulheres negras, indígenas e/ou periféricas de todo o Brasil e será conduzido pelas profissionais da Casa de Marias, coordenada por um grupo de mulheres negras que atuam com olhar especial para as questões que envolvem classe, gênero, raça e território nas práticas de cuidado oferecidas.

As vagas são ofertadas em duas modalidades: os grupos de acolhimento emergenciais e os plantões de emergência, sendo disponibilizadas 40 vagas por mês nos grupos de acolhimento emergenciais abertos, com 1 encontro semanal com 10 vagas por semana, e até 8 vagas por mês de plantão psicológico ou triagem emergencial, realizando de 1 a 2 atendimentos por semana.

A primeira modalidade, o plantão psicológico para mulheres em situação de vulnerabilidade, é importante para acolher e compreender demandas pontuais e emergenciais. O plantão, nessa estruturação de serviço, funcionará como uma porta de entrada para outras modalidades de atendimento, com encaminhamentos para o trabalho terapêutico individual ou de grupo, quando necessário.

Já os grupos abertos de acolhimento emergencial, a segunda modalidade do projeto, uma equipe de três profissionais (duas psicoterapeutas e uma supervisora) irá conduzir um grupo rotativo de acolhimento, com frequência semanal, com no máximo dez participantes. Este grupo será constantemente aberto e poderia acolher diversos perfis diferentes de pacientes, e permite maior flexibilidade de adesão e continuidade por parte das mulheres atendidas.

A pandemia da Covid-19 afetou de forma mais significativa as mulheres, principalmente pela alta sobrecarga doméstica enfrentada, já que, muitas vezes, as mulheres têm que trabalhar de casa e se responsabilizar pelos filhos e pelas demandas domésticas. A situação de confinamento também agravou as violências sofridas pelas mulheres dentro de casa, com agressor e agredido tendo que dividir o mesmo ambiente, e uma diminuição das redes de apoio neste momento de pandemia.

Para enfrentar esse contexto, não podemos lançar mão de estratégias gerais de cuidado, que não levem em conta as especificidades dessas mulheres, precisamos de olhares específicos e abordagens adequadas para criar soluções que dialoguem com os atravessamentos da saúde mental de cada público.

O acolhimento das mulheres com questões de saúde mental é uma demanda antiga e requer um olhar ampliado para questões físicas, psicológicas e sociais relacionadas ao gênero. Transtornos alimentares, transtornos mentais associados à gestação, ao aborto, ao puerpério e à menopausa, inclusive como sequelas de violência médica e obstétrica, por exemplo, são adoecimentos que são diretamente atravessados pelo recorte de gênero. Ou seja, os papéis sociais atribuídos às mulheres são fatores determinantes para a prevalência de sofrimentos psíquicos neste público, por isso precisamos acolher mulheres com olhares específicos.

Por isso, fizemos um mapeamento de diversas instituições no município de São Paulo com atuação focada em mulheres e, a partir de pesquisas e conversas para entender melhor as estratégias de cada um, decidimos estabelecer uma parceria com a Casa de Marias devido a sua experiência em acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade. Também valorizamos a possibilidade de oferecer modalidades de escuta inovadoras para o momento emergencial para expandir as oportunidades de cuidado, acolhimento e escuta das mulheres, em formatos diferentes dos que são oferecidos tradicionalmente e, frequentemente, a custos inacessíveis.

INSCRIÇÕES

Para se inscrever no plantão psicológico entre em contato através do Whatsapp para fazer a inscrição, e verifique a disponibilidade para atendimento em até 24h. As vagas são abertas de acordo com a disponibilidade de agendamento. Para se inscrever no grupo de acolhimento emergencial aberto entre em contato através do mesmo canal e verifique a disponibilidade de vagas para o próximo encontro, no dia 1 de agosto. As vagas para o grupo reabrem toda segunda-feira e permanecem abertas até uma hora antes do encontro, na quarta-feira.

SOBRE A CASA DE MARIAS

A Casa de Marias é um espaço de escuta e acolhimento. Lugar pensado em cada detalhe para receber pessoas que, por qualquer motivo, precisam de cuidado psicológico. A equipe é composta por profissionais de diversas abordagens teóricas e que oferecem serviços de psicoterapia individual, psicoterapia grupal, terapia para casais e famílias, cuidado psicológico voltado para crianças, adolescentes, adultos e idosos, oficinas temáticas, grupos terapêuticos, cursos de formação, grupo de estudos, supervisão clínica individual e grupal, consultorias, rodas de conversa, etc.

O projeto é coordenado por quatro psicólogas. O grupo de acolhimento emergencial será liderado pela psicóloga Camila Generoso (CRP 06/82630). Psicóloga e psicopedagoga, possui especialização em Desenvolvimento Infantil e aprimoramento em Psicanálise da Criança pela PUC-SP; e pela psicóloga Deisy Pessoa (CRP 06/157161), graduada em Psicologia com ênfase Clínica e Saúde Pública, com atuação na Atenção Psicossocial, trabalhando com a comunidade local do Capão Redondo em ações de inclusão de diversidades nas atividades artísticas terapêuticas oferecidas pelo CECCO.

O plantão psicológico é liderado pela psicóloga Eneida de Paula (CRP 06/135390), psicóloga formada pela FMU, com especialização em Psicologia e Relações Raciais – Instituto AMMA Psique e Negritude e em Técnica de Estresse Pós-Traumático segundo Modelo Francine Shapiro – EMDR; e pela psicóloga Lucila Xavier (CRP 06/141984), psicóloga formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com experiência de 5 anos como Acompanhante Terapêutica de crianças e adolescentes com TEA e estágios nas áreas de psicologia jurídica e clínica. Atualmente em formação no curso teórico vivencial de Psicologia e Relações Raciais do Instituto AMMA.

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