Sentimentos do fim de ano: como cuidar da saúde mental

por Instituto Cactus

19 de dezembro de 2024

4 min de leitura

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O fim de um ano e a chegada do próximo é um período geralmente marcado por celebrações, encontros e reflexões. No entanto, essa época também pode trazer uma mistura de emoções. Entre reuniões com amigos e familiares, pressão para concluir metas profissionais e pessoais e reflexões sobre o ano que passou, é comum vivenciar uma mistura de emoções como alegria, nostalgia, cansaço e ansiedade, muitas vezes ao mesmo tempo.

Algumas pessoas chamam essa sensação de “dezembrite” ou “síndrome do fim de ano”. Apesar de não serem termos oficiais da psicologia ou psiquiatria, essas expressões capturam de forma acessível um fenômeno real: a percepção de que o tempo acelera e as emoções se intensificam nesse período do ano. Essa combinação pode representar um desafio significativo para a saúde mental e, por isso, reconhecer sinais e aprender a lidar com eles é fundamental para encerrar o ano com mais equilíbrio.

Mix de emoções: alegria, angústia ou nostalgia

O clima das festas de fim de ano costuma ser sinônimo de alegria. Comemoração de conquistas, reunião com pessoas queridas, renovação de desejos e planos para o futuro. A oportunidade de compartilhar momentos especiais, se conectar e criar tradições e memórias afetivas é, para muitos, o ponto alto dessa época.

Por outro lado, nem todos vivenciam esse período da mesma maneira. A pressão social para que o fim de ano seja um momento de celebração e felicidade pode gerar sentimentos de frustração, solidão e angústia. Afinal, essa expectativa pode ignorar realidades mais complexas, como conflitos familiares não resolvidos, tensões que surgem em encontros obrigatórios ou mesmo a ausência de pessoas que já se foram ou a nostalgia de momentos passados.

Além disso, as celebrações de fim de ano frequentemente têm um impacto financeiro significativo, com gastos em presentes, viagens e eventos que, muitas vezes, extrapolam o orçamento. De acordo com dados da 3ª coleta do Panorama da Saúde Mental, levantamento realizado pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, 81% dos entrevistados relataram ter se preocupado com sua situação financeira alguma vez nas duas semanas anteriores à pesquisa. Esses indivíduos apresentaram um Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM) de 639, enquanto aqueles que não relataram preocupação financeira registraram um ICASM superior, de 861. Esses números destacam como as pressões financeiras podem impactar diretamente o bem-estar mental, especialmente em períodos como o fim do ano, onde as demandas por consumo tendem a ser maiores.

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Reconhecer a ambiguidade e permitir-se viver os sentimentos que surgem – sejam eles positivos ou não – é um passo essencial para cuidar da saúde mental durante o fim de ano.

O desafio do estresse e da ansiedade

A pressão para organizar festas, comprar presentes e participar de eventos pode ser grande, especialmente em meio à rotina já acelerada de fim de ano. Dessa forma, esse período frequentemente exige um esforço adicional para conciliar compromissos sociais e responsabilidades profissionais – um ritmo intenso que pode levar a níveis elevados de estresse e cansaço.

Para enfrentar esse período de forma mais tranquila, procure planejar suas atividades e tarefas com antecedência, estabelecendo limites claros para o uso do tempo e os gastos. Também não hesite em pedir ajuda, dividir responsabilidades ou dizer “não” àquilo que não for essencial. Lembre-se de que você não precisa carregar tudo sozinho nem atender a todas as expectativas externas. Priorize o que realmente importa para você.

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Além do ritmo acelerado, o fim de ano e o início de um novo ciclo trazem uma sensação coletiva de encerramento e renovação. Essa época é marcada por momentos significativos, como o término do ano letivo, avaliações no trabalho e a prática comum de fazer um “balanço geral” dos últimos 12 meses. Para muitas pessoas, é uma fase de reflexões, em que conquistas são celebradas, mas também podem surgir sentimentos de frustração por metas não alcançadas, além de ansiedade ou apreensão diante das mudanças que se aproximam.

Essa dualidade é natural, mas pode gerar desafios emocionais. É importante lembrar que, embora o fim do ano simbolize renovação, nem tudo precisa ser resolvido de imediato. Esse período deve ser encarado como uma oportunidade de pausa, descanso e reflexão, e não de cobranças excessivas.

Os sentimentos que surgem no fim do ano são variados e, muitas vezes, contraditórios. Enquanto celebramos, também nos despedimos; enquanto planejamos o futuro, revisitamos o passado. Reconhecer essas emoções e priorizar o cuidado com a saúde mental é fundamental para aproveitar essa época de forma mais leve e equilibrada. Assim, o fim do ano pode se transformar em algo além de festas e balanços: uma oportunidade para renovar as energias e começar o próximo ciclo com mais serenidade e autoconhecimento.

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