Saúde mental no holofote: celebridades e influenciadores ajudam a quebrar o tabu

Você já desejou viver a vida do seu artista favorito ou daquele influenciador que segue nas redes sociais? No mundo do entretenimento e da internet, a “perfeição” e o sucesso parecem ser a regra. Em meio a fotos impecáveis e conquistas ininterruptas, é fácil esquecer que, por trás das câmeras, existem pessoas reais, com sentimentos, medos, inseguranças e vulnerabilidades.
Nos últimos anos, cada vez mais figuras públicas têm usado suas plataformas para falar sobre alguns desses desafios, incluindo os relacionados à saúde mental. Ao compartilharem suas próprias experiências, estão contribuindo para desmistificar a ideia de que transtornos de saúde mental são sinônimo de fraqueza ou fracasso. Pelo contrário: mostrar-se vulnerável em público exige coragem – e tem o poder de abrir espaço para conversas que ajudam outras pessoas a buscarem ajuda.
A saúde mental por trás das redes: o outro lado da vida de influenciadores
O universo dos influenciadores digitais é envolvido por pressões ainda mais intensas. Na narrativa das redes sociais, parecer bem muitas vezes é mais importante que estar realmente bem. A curadoria de um estilo de vida com a estética perfeita, produtividade e sucesso cria um ideal inatingível – tanto para quem assiste quanto para quem produz o conteúdo. E o ritmo acelerado agrava esse cenário.
Segundo a edição mais recente do Panorama da Saúde Mental, pesquisa realizada pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, 46% dos entrevistados consomem vídeos curtos (como Reels, Stories e TikTok) e apresentaram um ICASM de 602 – valor consideravelmente abaixo da média geral da população, que foi de 682. O recorte é ainda mais preocupante entre os jovens de 16 a 24 anos, que registraram um ICASM ainda mais baixo: 594.
O Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM) é uma métrica que avalia o bem-estar emocional da população brasileira, levando em conta indicadores como sintomas de ansiedade e depressão, qualidade do sono, propósito e pertencimento. Quanto menor o índice, pior o estado de saúde mental da pessoa.
Na verdade, as postagens impecáveis podem esconder inseguranças, ansiedade e esgotamento. Diante desse cenário, quando influenciadores compartilham seus momentos difíceis, eles rompem com a narrativa de perfeição e mostram que ninguém está bem ou produtivo o tempo todo. E tudo bem não estar.
Falar abertamente sobre o assunto é especialmente importante para o público jovem, que muitas vezes se sente frustrado ou inadequado por não conseguir reproduzir o padrão idealizado de felicidade que veem diariamente online
Caminhos para o cuidado: o que podemos aprender com essas histórias
Quando celebridades e influenciadores compartilham suas jornadas de cuidado emocional, ajudam a iluminar caminhos para quem passa por desafios semelhantes. O que essas histórias públicas e anônimas têm em comum é o lembrete de que pedir ajuda é possível e necessário.
Quatro aprendizados importantes são:
- Rede de apoio: contar com amigos, familiares e profissionais de saúde de confiança é um suporte essencial. Não deixe de construir e nutrir sua rede de apoio;
- Estabelecer limites: saber quando dizer “não”, priorizar e fazer pausas são fatores importantes de autocuidado. Isso é ainda mais importante no ambiente digital, onde tudo acontece o tempo todo;
- Diagnóstico e tratamento: o diagnóstico é o primeiro passo para um tratamento adequado. Busque apoio profissional, pois os autodiagnósticos de saúde mental nas redes sociais ou usando inteligência artificial são ineficazes e, ainda, perigosos;
- Conscientização e advocacy: falar sobre saúde mental contribui para quebrar estigmas, promover informação de qualidade e incentivar políticas públicas que coloquem o bem-estar emocional como prioridade.
A coragem de celebridades e influenciadores em se mostrarem vulneráveis está abrindo caminhos para uma sociedade mais empática e consciente em relação à saúde mental. Ao quebrar o silêncio, eles nos lembram que saúde mental é um assunto de todas as pessoas. Esse é um diálogo fundamental e contínuo e, quanto mais vozes se juntarem ele, mais forte ele se torna.
Se você quer continuar se informando sobre a atuação do Instituto Cactus na prevenção de doenças e cuidados em saúde mental, leia nosso blog ou acompanhe nas redes sociais.