Dados e Indicadores na Saúde Mental Pública

Dados e evidências Políticas públicas Serviços de saúde mental

Início do projeto: Março/2021

Parceria: Impulso.Gov

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Iniciado em março de 2021, o projeto trabalha o uso de dados em indicadores e é desenvolvido pela Impulso.Gov, com a co-idealização e o apoio técnico e financeiro do Instituto Cactus. A intervenção pioneira no Brasil tem o objetivo de definir os principais indicadores de serviços de saúde mental públicos para avaliá-los e, posteriormente, aprimorar os serviços de atenção psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O projeto foi implementado como um piloto no município de Aracaju (SE), a partir do qual foi escalado para  uso pelos núcleos de gestores locais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Aparecida de Goiânia (GO) e Recife (PE). Em 2023, a iniciativa segue em expansão para dezenas de  municípios brasileiros distribuídos pelas cinco regiões do país. 

A construção da cultura do uso de dados e indicadores na gestão pública é um grande passo para potencializar a implementação de políticas públicas de qualidade e a formulação de metas de cuidado relacionadas à saúde mental. Por exemplo, graças ao cruzamento de dados que a  ferramenta oferece, o gestor pode incidir para a redução de filas, realizar a busca ativa de usuários e fazer uma gestão mais eficiente dos recursos humanos, financeiros e de infraestrutura da rede.

A iniciativa representa uma união de esforços entre organizações da sociedade civil e a gestão pública para apoiar tomadas de decisão com base em evidências, beneficiando toda a  sociedade, a partir do acesso a melhores serviços e cuidados de saúde mental.

Dados e indicadores

Os dados são informações que representam um ou mais significados que, de forma isolada, não conseguem transmitir uma mensagem clara. Por exemplo, o gênero de um usuário do sistema de saúde, por si só, é um dado que se não for atrelado a outros como idade, renda, histórico médico, território entre outros, não constitui uma informação.

Para que essas informações ajudem a melhorar a qualidade dos serviços oferecidos é que trabalhamos com os indicadores, que são combinações e interpretações específicas dos dados e que auxiliam na identificação e visibilidade de eventuais pontos de atenção, assim como a compreender as dinâmicas locais, características e necessidades de diferentes territórios. Os indicadores funcionam como sinalizadores da realidade, orientam a tomada de decisões e ajudam a traçar as melhores ações para alcançar os objetivos.

Depoimentos gestores

  • Priorização de demandas:Estou muito apaixonada pela ferramenta. dá um norte pra gente: o que a gente precisa melhorar? Estou na SM desde 2009 e nunca tive uma visão da Saúde como tive semana passada quando vi o painel. E todo mundo gostou muito da ferramenta”.
  • Medição de qualidade:A gente tinha consciência que os indicadores utilizados eram só de produção, mas isso não é suficiente para dizer se os serviços ofertados eram bons para os usuários ou não e o projeto deu um salto na perspectiva de poder medir também a qualidade do serviço para o usuário”.
  • Facilidade de uso:Estou gostando muito disso viu, sempre tentamos fazer isso com as unidades mapeando de forma autônoma, agora vocês trouxeram tudo pra gente de forma tão simples”.
  • Capacidade Analítica e Otimização de Recursos:Olha a discrepância de internação para acolhimento noturno em CAPS. O que se gasta de internação na clínica psiquiátrica é muito maior que para acolhimento noturno”.

Resultados

– Criação de um painel simples, acessível e gestores capazes de priorizar problemas, desenvolver hipóteses, criar e executar plano de ação e monitorar indicadores.

– Plataforma já operando em pleno funcionamento em diversos municípios e em fase de expansão para dezenas de outros. 

– Dezenas de gestores beneficiados diretamente pelo uso da plataforma.

– Ferramenta implementada em diversos municípios, distribuídos nas cinco regiões do país.

Aprendizados para o ecossistema

– O uso de indicadores têm apoiado a tomada de decisões e sido incorporado nas rotinas de trabalho da Coordenação, tornando as  reuniões periódicas da Rede, como as reuniões semanais do Colegiado Gestor (coordenação de todos os serviços da RAPS) mais estratégicas para que forneçam uma visão geral sobre o andamento dos serviços.

– Ao perceberem a relevância dos dados e indicadores nas rotinas e decisões, as coordenadoras dos serviços buscam aprimorar os processos de coleta de dados nos serviços, levando essa pauta para os profissionais da ponta.

– Prefeituras buscam promover a digitalização e melhora de equipamentos para aperfeiçoar o uso da plataforma.

– Ainda é baixa a padronização de indicadores e definições na gestão pública de saúde, além de a gestão ter dificuldade em identificar e visualizar o que acontece no território e quais são as demandas de saúde mental.

– Há um foco excessivo em indicadores de produção em detrimento dos de resultados.

– Os sistemas diversos e complexos que não dialogam entre si prejudicam o fluxo de dados, registro e cruzamento de informações na gestão pública. Um dos grandes desafios é a falta de informatização. 

– Possibilidade de visualizar os dados para aprimorar a tomada de decisões na RAPS é importante, mas outras ferramentas precisam ser desenvolvidas para mensurar com profundidade a qualidade do serviço para a ponta.

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