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Acolhimento psicológico para mulheres
Período: Agosto/2021 - Janeiro/2022
Parceiro: Casa de Marias
As mulheres são um dos públicos prioritários da atuação do Instituto Cactus. Por isso, desenhamos um projeto específico para o cuidado com a saúde mental desse público e escolhemos a Casa de Marias para ser nossa parceira nesse projeto, pela sua expertise em promover o acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade. Além do suporte em inteligência estratégica, o projeto de acolhimento psicológico emergencial para mulheres negras, indígenas e periféricas em situação de vulnerabilidade contou também com o aporte financeiro do Instituto Cactus.
Além de contribuir para a democratização do acesso aos cuidados em saúde mental ao proporcionar atendimento emergencial para mulheres, o projeto teve como objetivo identificar e gerar aprendizados sobre possíveis modalidades de acolhimento psicológico para uma atuação cada vez mais efetiva e eficaz, seja no âmbito público ou privado da assistência.
A iniciativa foi coordenada por um grupo de mulheres negras que atua com olhar especial para as questões que envolvem classe, gênero, raça e território nas práticas de cuidado. Durante 6 meses, o projeto disponibilizou 288 vagas, de forma gratuita, em duas modalidades: grupos de acolhimento emergenciais e plantões de emergência. Este acompanhamento foi realizado de forma virtual com o objetivo de facilitar o acesso e reduzir a resistência dessas mulheres ao processo psicoterapêutico.
Vale ressaltar que sob a orientação da equipe do Instituto Cactus, foram adotados olhares específicos e abordagens adequadas para esse público, considerando não somente questões individuais, mas também, aspectos estruturais.
Por isso, o projeto contou com duas modalidades:
1. Plantão psicológico: com a função de acolher e compreender demandas pontuais e emergenciais das mulheres atendidas, essa modalidade funcionou como porta de entrada para outros tipos de atendimento, com encaminhamentos para o trabalho terapêutico individual ou de grupo, quando necessário.
2. Grupos abertos de acolhimento emergencial: com frequência semanal, os grupos rotativos de acolhimento contavam com o suporte de uma equipe formada por duas psicoterapeutas e uma supervisora, possibilitando que um número maior de mulheres fossem atendidas. Esta modalidade se mostrou importante por reforçar a potência desse tipo de acolhimento nos serviços de saúde mental, por proporcionar a escuta e identificação com outras mulheres, assim como a tomada de consciência sobre o caráter estrutural de sofrimentos psicológicos das mesmas.
Resultados
– Projeto incorporado de forma permanente pela Casa de Marias.
– 288 vagas disponibilizada entre agosto de 2021 e janeiro de 2022 para mulheres em situação de vulnerabilidade e 194 mulheres atendidas:
- 55,3% mulheres pretas
- 43,8% vivendo em casas alugadas
- 42,2% com ensino médio completo como grau máximo de escolaridade
- 40,6% solteiras, sem filhos
- 65,6% com 1,5 salários mínimos de renda familiar total
– Preenchimento de lacuna de atendimento emergencial e pontual para situações de crise, especialmente em período de pandemia.
– Demonstração de importância e viabilidade de atendimento psicológico individual e coletivo em modo virtual como mecanismo de inclusão de participantes de áreas remotas do país.
– Produção de vídeo sobre o projeto, como forma de sistematizar e disseminar aprendizados para o ecossistema.
– Construção e consolidação das modalidades de acolhimento ofertadas, com compreensão aprofundada do plantão individual e do acolhimento em grupo, para situações de emergência.
– Contribuição para a desestigmatização das condições de saúde mental.
Aprendizados
– O atendimento remoto ajuda a democratizar o acesso e amplia o alcance a serviços e cuidados em saúde mental.
– É necessário promover a articulação e integração da oferta de serviços em rede (assistência social, serviços jurídicos, entre outros) nos cuidados em saúde mental.
– Os atendimentos em grupo têm grande potencial, especialmente devido aos processos de identificação e formação de rede de apoio entre as participantes.
– Mulheres negras e periféricas encontram dificuldade em acessar serviços com os quais se identifiquem e se sintam acolhidas em suas especificidades.
– É preciso flexibilizar protocolos em caso de atendimento de emergências que consiga atender às especificidades de cada caso e contexto.
Vídeo
Quer saber mais sobre o projeto e seus resultados? Assista ao vídeo case.