Precisamos agir pela saúde mental dos nossos jovens

por Instituto Cactus

25 de julho de 2022

3 min de leitura

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O Instituto Cactus participou da audiência pública “Evidências científicas para qualificação das políticas públicas de prevenção de transtornos mentais entre jovens”, realizada no dia 11/07/2022, a partir do requerimento da deputada Tabata Amaral.

Luciana Barrancos, nossa gerente executiva, representou o Instituto apresentando dados que revelam a urgência de cuidarmos dos adolescentes hoje e perspectivas de caminhos de prevenção, que também colaboram  com a educação e com o desenvolvimento social e econômico.

“Precisamos olhar agora para a saúde mental dos adolescentes, pois no Brasil temos um bônus demográfico de jovens, que estão adoecidos e em sua maioria sem cuidado. Não cuidar agora sai mais caro para todos”, afirma Luciana.

Como exemplo, Luciana trouxe os múltiplos benefícios de trabalhar a relação da saúde mental e da educação. As pesquisas apontam que a evasão escolar é maior quando há condições de saúde mental e que investir em saúde mental nas escolas gera grandes retornos financeiros.

Hoje temos a maior população jovem da história e é urgente criar oportunidades para qualificar esses jovens, e garantir que eles tenham pleno desenvolvimento. Muitos jovens estão lidando com ansiedade, depressão e violência, mas não têm acesso a suporte qualificado suficiente para atravessar isso.

Recentemente a Piauí destacou que as “internações de brasileiros entre 10 e 14 anos por lesões autoprovocadas cresceram 34% em um ano; em 2021, Ministério da Saúde classificou suicídio como problema de saúde pública crescente entre os mais jovens”.

Diante desses casos cada vez mais graves, é fundamental fortalecer o trabalho com prevenção para proteger tanto as vidas atuais dos jovens, quanto também o futuro e as próximas gerações.

Luciana destacou em sua apresentação alguns caminhos de atuação para transformarmos esse cenário e garantirmos que os adolescentes recebam a atenção e o cuidado necessários em todas as esferas que impactam suas vivências, salientando que o trabalho de prevenção precisa ser multifacetado e intersetorial.

Como eixos de prevenção, ela trouxe o olhar para as relações parentais, as relações entre pares e os ambientes de aprendizado. Com relação a este último, algumas das boas práticas apontadas foram: garantir a existência de ambientes seguros e acolhedores com atenção individualizada, trabalhar a adaptação à cultura e linguagem local, praticar um olhar “global” para a escola e comunidade escolar, e a intersetorialidade.

Por fim, Luciana apresentou alguns pontos da “Agenda Mais Sus: Evidências e Caminhos para Fortalecer a Saúde Pública no Brasil”, documento realizado pelo IEPS e pela Umane, com apoio temático do Instituto Cactus, que oferece evidências e propostas inéditas como subsídio para o aprimoramento do SUS.

Dentre as propostas para a saúde mental de adolescentes, ela destacou: a compreensão da saúde mental como um fenômeno multicausal; a priorização de crianças e adolescentes na sistematização do monitoramento, devendo ser priorizadas na integração à vigilância

epidemiológica, idealmente integrada a outros setores; o monitoramento e inclusão do público infanto-juvenil na formulação de políticas públicas; e o PL 3383/2021, que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares.

Confira a apresentação do Instituto Cactus clicando aqui!

Parceiro do Instituto Cactus no seu processo de advocacy no tema, o IEPS também participou da audiência pública, tendo como representante o pesquisador Matías Mrejen que mostrou que os casos de depressão entre jovens de 18 a 24 anos quase dobraram antes mesmo da pandemia.

“Nossas pesquisas reafirmam a importância e a urgência desse debate, que mostrou que já há um consenso que a saúde mental de crianças, adolescentes e jovens deve ser uma prioridade para as políticas de saúde no Brasil”, afirmou Matías.

As diferentes falas na audiência evidenciaram que, mais do que ser um período de importantes transformações, a adolescência é chave para trabalharmos a prevenção em saúde mental e garantirmos um cuidado efetivo para todos.

Assista a audiência na íntegra aqui!

Além de Luciana Barrancos, representando o Instituto Cactus, estiveram presentes: Matías Mrejen (IEPS), Laura dos Santos Boeira (Instituto Veredas) e Carolina Campos (Vozes da Educação).

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