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Precisamos agir pela saúde mental dos nossos jovens
voltarO Instituto Cactus participou da audiência pública “Evidências científicas para qualificação das políticas públicas de prevenção de transtornos mentais entre jovens”, realizada no dia 11/07/2022, a partir do requerimento da deputada Tabata Amaral.
Luciana Barrancos, nossa gerente executiva, representou o Instituto apresentando dados que revelam a urgência de cuidarmos dos adolescentes hoje e perspectivas de caminhos de prevenção, que também colaboram com a educação e com o desenvolvimento social e econômico.
“Precisamos olhar agora para a saúde mental dos adolescentes, pois no Brasil temos um bônus demográfico de jovens, que estão adoecidos e em sua maioria sem cuidado. Não cuidar agora sai mais caro para todos”, afirma Luciana.
Como exemplo, Luciana trouxe os múltiplos benefícios de trabalhar a relação da saúde mental e da educação. As pesquisas apontam que a evasão escolar é maior quando há condições de saúde mental e que investir em saúde mental nas escolas gera grandes retornos financeiros.
Hoje temos a maior população jovem da história e é urgente criar oportunidades para qualificar esses jovens, e garantir que eles tenham pleno desenvolvimento. Muitos jovens estão lidando com ansiedade, depressão e violência, mas não têm acesso a suporte qualificado suficiente para atravessar isso.
Recentemente a Piauí destacou que as “internações de brasileiros entre 10 e 14 anos por lesões autoprovocadas cresceram 34% em um ano; em 2021, Ministério da Saúde classificou suicídio como problema de saúde pública crescente entre os mais jovens”.
Diante desses casos cada vez mais graves, é fundamental fortalecer o trabalho com prevenção para proteger tanto as vidas atuais dos jovens, quanto também o futuro e as próximas gerações.
Luciana destacou em sua apresentação alguns caminhos de atuação para transformarmos esse cenário e garantirmos que os adolescentes recebam a atenção e o cuidado necessários em todas as esferas que impactam suas vivências, salientando que o trabalho de prevenção precisa ser multifacetado e intersetorial.
Como eixos de prevenção, ela trouxe o olhar para as relações parentais, as relações entre pares e os ambientes de aprendizado. Com relação a este último, algumas das boas práticas apontadas foram: garantir a existência de ambientes seguros e acolhedores com atenção individualizada, trabalhar a adaptação à cultura e linguagem local, praticar um olhar “global” para a escola e comunidade escolar, e a intersetorialidade.
Por fim, Luciana apresentou alguns pontos da “Agenda Mais Sus: Evidências e Caminhos para Fortalecer a Saúde Pública no Brasil”, documento realizado pelo IEPS e pela Umane, com apoio temático do Instituto Cactus, que oferece evidências e propostas inéditas como subsídio para o aprimoramento do SUS.
Dentre as propostas para a saúde mental de adolescentes, ela destacou: a compreensão da saúde mental como um fenômeno multicausal; a priorização de crianças e adolescentes na sistematização do monitoramento, devendo ser priorizadas na integração à vigilância
epidemiológica, idealmente integrada a outros setores; o monitoramento e inclusão do público infanto-juvenil na formulação de políticas públicas; e o PL 3383/2021, que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares.
Confira a apresentação do Instituto Cactus clicando aqui!
Parceiro do Instituto Cactus no seu processo de advocacy no tema, o IEPS também participou da audiência pública, tendo como representante o pesquisador Matías Mrejen que mostrou que os casos de depressão entre jovens de 18 a 24 anos quase dobraram antes mesmo da pandemia.
“Nossas pesquisas reafirmam a importância e a urgência desse debate, que mostrou que já há um consenso que a saúde mental de crianças, adolescentes e jovens deve ser uma prioridade para as políticas de saúde no Brasil”, afirmou Matías.
As diferentes falas na audiência evidenciaram que, mais do que ser um período de importantes transformações, a adolescência é chave para trabalharmos a prevenção em saúde mental e garantirmos um cuidado efetivo para todos.
Assista a audiência na íntegra aqui!
Além de Luciana Barrancos, representando o Instituto Cactus, estiveram presentes: Matías Mrejen (IEPS), Laura dos Santos Boeira (Instituto Veredas) e Carolina Campos (Vozes da Educação).