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Panorama da Saúde Mental no Brasil: mais da metade dos respondentes tem queixas associadas à ansiedade
voltarVocê tem alguma queixa associada à ansiedade? Preocupar-se com diversas coisas e não conseguir impedir ou controlar essas inquietações, ficar irritado facilmente ou ter dificuldade para relaxar são alguns dos comportamentos provocados pela ansiedade identificados em mais da metade dos entrevistados da 2ª coleta do Panorama da Saúde Mental, divulgado pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que o Brasil está entre os países com maior prevalência de ansiedade do mundo: quase 10% da nossa população convive com transtorno de ansiedade. O cenário reforça a importância de posicionar a saúde mental como um assunto central em nossa sociedade
Segundo os dados coletados no Panorama da Saúde Mental, 73% dos entrevistados são incomodados pela preocupação com assuntos diversos e 68% por se sentirem nervosos, ansiosos ou muito tensos. Ao mesmo tempo, a maioria (55,8%) nunca procurou um profissional da saúde para lidar com questões relativas a transtornos de ansiedade.
Confira abaixo os principais destaques da nova coleta do Panorama da Saúde Mental, incluindo o Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM) da população adulta brasileira.
Baixe agora: 2ª coleta do Panorama da Saúde Mental
ICASM: o índice que quantifica a saúde mental de 0 a 1.000
O ICASM reflete, em um único número, o estado geral da saúde mental da população brasileira acima de 16 anos. A métrica analisa aspectos, hábitos e situações que impactam positiva e negativamente a saúde mental, e uma pontuação 1.000 indicaria níveis máximos nas três dimensões avaliadas: Confiança, Vitalidade e Foco.
No 2º semestre de 2023, o ICASM da população adulta brasileira foi de 640 pontos, ante 635 registrados no período anterior. É necessário considerar que mudanças no quadro de saúde mental geral podem levar tempo para serem observadas. Considerando as três dimensões, o resultado atual teve maior contribuição do componente Confiança (729), seguido de Vitalidade (646) e Foco (545).
Os determinantes da saúde e de transtornos mentais não afetam todas as pessoas da mesma forma. Por isso, o Instituto Cactus trabalha na promoção de saúde mental e na prevenção às doenças relacionadas com uma atuação focada em mulheres e adolescentes, dois grupos que são importantes vetores de mudança para a sociedade.
O ICASM das mulheres foi de 593 pontos, quase 100 pontos a menos do que o dos homens (691). A maior diferença se deu na dimensão Vitalidade, que reflete a disposição e a capacidade de ação para superar desafios e adversidades, assim como o sofrimento psíquico associado a eles: 592 pontos em comparação a 705 dos homens
Já os jovens que têm entre 16 e 24 anos apresentam resultados preocupantes: o ICASM de 523 pontos é o menor entre as faixas etárias analisadas. Uma diferença de quase 100 pontos em relação às pessoas no intervalo de idade seguinte (625 entre aqueles de 25 a 34 anos). E um abismo ainda maior comparado à faixa etária com o maior ICASM, que registrou 724 pontos para a população acima de 60 anos.
Dados inéditos: hábitos de sono e uso de redes sociais
Além de trazer valores atualizados para a construção de uma série histórica de dados relacionados ao tema, o Panorama da Saúde Mental segue em transformação para incluir temas em ascensão capazes de impactar a saúde mental. Na nova coleta, este é o caso de redes sociais e sono.
Queixas relacionadas ao sono têm se tornado cada vez mais frequentes, e horas de descanso insuficientes podem impactar negativamente o humor, a capacidade de concentração e o controle das emoções. Ou até mesmo agravar quadros de insônia por transtornos mentais.
Os dados mostram que 71% dos entrevistados dormiram menos de seis horas em pelo menos uma noite nas duas semanas anteriores à pesquisa. O ICASM dos que afirmaram ter dormido menos de seis horas com mais frequência (três vezes ou mais) foi de 518, enquanto o índice daqueles que dormiram mais de seis horas por noite corresponde a 734.
No geral, a porcentagem de mulheres e homens que relataram dormir menos de seis horas por noite foi similar (70,6% e 70,4%, respectivamente). Entretanto, a frequência entre os dois gêneros varia bastante: 35,9% das mulheres reportaram esse comportamento três vezes ou mais nas últimas duas semanas, 10% a mais do que os homens (25,9%). Alinhado a isso, mulheres apresentaram maior sonolência durante o dia (68,6%), comparado aos homens (56%).
Outro assunto em alta é a relação entre o uso de redes sociais e a saúde mental. O Panorama da Saúde Mental apurou que a grande maioria da população, 94% dos respondentes, usa redes sociais; entre os quais, 37% faz isso durante três horas ou mais por dia.
Por um lado, estar conectado pode facilitar o acesso ao conhecimento e aumentar a rede de apoio. Por outro, hipóteses ainda em estudo levantam preocupações sobre os efeitos negativos da utilização excessiva das redes. E os dois extremos apresentaram as menores pontuações do ICASM. A pontuação daqueles que usaram redes sociais por três horas ou mais por dia foi de 610, enquanto daqueles que usam poucas vezes ou
dizem não usar, 576.
Ao apresentar dados como esses, o Panorama da Saúde Mental não se limita a fornecer uma ferramenta de monitoramento contínuo sobre a saúde mental da população brasileira. Nosso objetivo é qualificar conversas em torno do tema de maneira mais aberta e frequente, para mobilizar atores, guiar decisões assertivas e combater estigmas relacionados a transtornos de saúde mental. Afinal, saúde mental é assunto de todas as pessoas.
O Instituto Cactus convida você a acessar o site dedicado ao Panorama da Saúde Mental para se aprofundar nos resultados da pesquisa e baixar o relatório completo gratuitamente.