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O PAÍS PRECISA PASSAR POR UMA CURA SOCIAL
voltarPor Maria Fernanda Quartiero*
A sensação de insegurança e medo atormenta seis em cada sete pessoas no mundo, de acordo com o relatório Novas Ameaças à Segurança Humana do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado em 2022, e o caminho apontado pela entidade para resolver a questão é encontrar uma forma de desenvolvimento que proporcione às pessoas segurança, acesso à condições básicas e dignidade.
O Brasil, além de continuar na liderança entre os países mais ansiosos do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem visto o bem-estar mental dos brasileiros, especialmente os jovens e mulheres, piorar neste início de ano.
Além do pós pandemia, os acontecimentos recentes no espectro sócio-político polarizado, envolvendo ânimos e confrontos acirrados, são fatores de risco que impactam diretamente na saúde mental de indivíduos e da sociedade como um todo, conforme apontam estudos realizados pela Universidade da Califórnia (EUA) e pela Associação Americana de Psicologia (APA).
Todos esses dados e fatos nos levam a concluir que temos vivido em uma sociedade que ainda carece de saúde mental e parece não ter se dado conta disso ou da dimensão que a saúde mental já ocupa, ainda que silenciosamente, em suas vidas.
Entre as principais razões é o estigma e falta de uma comunicação qualificada em torno da saúde mental, que impede que as pessoas entendam e dialoguem sobre as questões que permeiam o tema e que vão muito além das doenças e seus tratamentos.
Precisamos romper o paradigma de que o único caminho em saúde mental é a cura, e ousarmos alçar voos mais altos e assertivos que englobe também a prevenção de doenças e a promoção de saúde como ferramentas potentes para a construção de uma sociedade mais saudável. E a prevenção e a promoção, de forma ampla e estruturada, se dão invariavelmente por meio da informação e do envolvimento da própria sociedade no tema.
É isso que nós temos feito no Instituto Cactus, por meio dos projetos que fomentamos, seja financeiramente ou por meio de apoio técnico, bem como nas ações de advocacy que visam oferecer ferramentas para gestores públicos e aprimorar as políticas públicas em saúde mental.
Afinal, a saúde mental é causa e consequência no tema de educação, empregabilidade, segurança. Ouso dizer que não há como vislumbrar um amplo e inegociável desenvolvimento social e econômico sem passar pela saúde mental.