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Discursos que associam violência à saúde mental são um risco e só reforçam o estigma!
voltarSAÚDE MENTAL NAS ESCOLAS
Reafirmando o compromisso de ampliar o debate sobre a saúde mental no País, o Instituto Cactus, em parceria com o IEPS, fecha o mês de abril com um debate que contou com a participação da deputada federal (PSB-SP) Tabata Amaral e teve como foco a discussão sobre os caminhos possíveis para a implementação de políticas públicas eficazes para a prevenção e promoção da saúde mental nas escolas brasileiras.
Além da deputada, participaram do debate o coordenador de Projetos do Instituto Cactus, Bruno Ziller, a especialista em Relações Institucionais do IEPS, Dayana Rosa, a coordenadora de Projetos da Plan Internacional Brasil, Angélica Duarte, e o adolescente Júlio, que atua como educador par no Programa Adolescente Saudável da Plan Internacional Brasil.
Dayana Rosa, do IEPS, abriu o painel apresentando dados sobre o impacto da pandemia de Covid-19 que agravou não só a saúde mental, mas a saúde integral dos jovens e adolescentes brasileiros, apontando que 34% deles estão pessimistas em relação ao futuro. Ela também destacou dados da publicação #CaminhosemSaúdeMental, editado pelo @InstitutoCactus, sobre a importância de ações de prevenção e promoção de saúde mental para adolescentes, inclusive nas escolas.
Bruno Ziller, do Instituto Cactus, reforçou a fala de Dayana ao apresentar dados que demonstram que a saúde mental pode ser uma aliada do desenvolvimento socioeconômico do país. Ele também deu detalhes sobre a Cartilha elaborada em parceria com o IEPS, e entregue aos membros do Executivo e Legislativo, contendo recomendações de ações práticas em políticas públicas de saúde mental nas escolas.
É preciso ouvir o adolescente
“O Brasil é o país mais violento contra professores do mundo”, destacou a deputada Tabata Amaral, que convidou os representantes da sociedade civil e a população como um todo para participar das ações que ela tem encabeçado no Congresso Nacional, em prol da humanização e da promoção da saúde mental no Brasil.
Ela frisou que se deve ter muito cuidado para não se disseminar discursos que podem piorar o estigma já existente sobre a saúde mental como, por exemplo, os que associam a prática de atos de violência a pessoas com transtornos mentais.
Morador da periferia da zona sul de São Paulo, a fala do educador par da Plan Internacional Brasil, Júlio, (por ser menor de idade, preservamos o sobrenome) trouxe para o debate a visão de quem efetivamente sente na pele toda a complexidade que envolve as questões da saúde mental dos adolescentes. Ele abordou vários aspectos que fizeram com que a ansiedade, o medo e a defasagem escolar passassem a fazer parte do seu dia a dia, especialmente, no pós pandemia, como, por exemplo, os gargalos na implementação do Novo Ensino Médio.
Como caminhos possíveis para, ao menos, amenizar o impacto de componentes externos e da falta de acolhimento aos jovens e adolescentes no que tange à saúde mental, Júlio destacou a necessidade de se inserir psicólogos nas escolas para lidar não só coletiva, mas principalmente, individualmente com os adolescentes. Ele também destacou que para que as políticas públicas atendam efetivamente às necessidades desta parcela da população é preciso ouvi-la, chamando os jovens para audiências públicas que tratem de temas pertinentes a ele.
Já a coordenadora de Projetos da Plan Internacional Brasil, Angélica Duarte , destacou os resultados de uma pesquisa qualitativa realizada pela entidade com adolescentes de três países: Brasil, Quênia e Índia.
Entre os principais achados da pesquisa, Angélica destacou as questões externas e de gênero como pobreza, assédio e violência sexual, entre as que mais afetam a saúde mental dos adolescentes brasileiros.
A pesquisa também demonstrou que a maior parte dos jovens, quando se trata de saúde mental, dingostaria de ser acolhida por familiares e dialogar com amigos, e que muitos adotam comportamentos de risco com o consumo excessivo de álcool e drogas como válvula de escape para situações de sofrimento para as quais não encontram saída.
consenso entre os participantes foi o de que as políticas públicas em saúde mental precisam ser tratadas de forma intersetorial, e de que a sociedade precisa cada vez mais ser envolvida nos debates.
Confira aqui a íntegra do debate
Baixe a Cartilha 10 ações para a Saúde Mental nas Escolas