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Saúde mental: como prevenir burnout e ansiedade no ambiente de trabalho?
voltarMetas, prazos, conectividade constante, longas jornadas. Responsabilidades rotineiras da vida profissional podem afetar negativamente o bem-estar mental se os cuidados adequados não forem seguidos.
Em 2023, o Ministério da Saúde divulgou uma lista atualizada de doenças relacionadas ao trabalho, ampliada de 182 para 347 patologias. Entre as novas inclusões estão os transtornos mentais e a síndrome de burnout, que acomete cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).
Cuidar da saúde mental no ambiente de trabalho é um tema urgente que demanda a atenção de todos os envolvidos – colaboradores, líderes e empresas – para articular e colocar à disposição recursos que apoiem a qualidade de vida dos trabalhadores e gerem impacto positivo para a empresa. Abaixo, esclarecemos o que são estresse, ansiedade e burnout associados ao trabalho, além de caminhos para construir uma cultura organizacional respeitosa e sustentável.
Qual a diferença entre ansiedade e transtorno de ansiedade?
A ansiedade adaptativa é uma reação natural do corpo humano a situações de estresse do cotidiano, como em momentos que antecedem uma entrevista de emprego, uma apresentação em público ou uma reunião importante. Ela nos ajuda a ficar alerta e preparados para o desafio em questão. No entanto, se ela se torna excessiva e constante, pode ser um sinal de ansiedade patológica, o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Assista também: Entenda a diferença entre ansiedade e TAG em 1 minuto
O transtorno de ansiedade generalizada é uma condição mental caracterizada por preocupação excessiva e persistente com diversas áreas da vida, incluindo o trabalho, mesmo quando não há um motivo específico para isso. No ambiente corporativo, o TAG pode se manifestar em medo de cometer erros, tensão em relação a prazos rotineiros, além de preocupação exagerada com o desempenho e a aceitação dos colegas. Além do bem-estar mental e físico, essa condição pode impactar a produtividade e a satisfação do colaborador.
O que é o burnout?
A síndrome de burnout é um distúrbio psicológico resultante de estresse crônico no ambiente de trabalho, caracterizado por cansaço extremo e exaustão emocional. As pessoas afetadas pelo burnout sentem-se esgotadas, incapazes de lidar com as demandas do trabalho e podem se distanciar emocionalmente de suas atividades e colegas, com impactos também na vida pessoal.
Em janeiro de 2022, o burnout foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional. Atualmente no Brasil, a síndrome está na 10ª Classificação Internacional de Doenças (CID-10) como Z73, caracterizada como um diagnóstico de estresse e esgotamento. E, de acordo com matéria da BBC Brasil, 421 pessoas foram afastadas do trabalho por essa razão em 2023, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério da Previdência Social.
O papel das empresas na promoção da saúde mental
As empresas precisam reconhecer que cuidar da saúde mental de seus colaboradores é uma questão de responsabilidade social. E um argumento para reforçar este cuidado é que também pode ser uma estratégia de negócio inteligente. Investir em programas de bem-estar e saúde mental, oferecer suporte psicológico e proporcionar ambientes de acolhimento são práticas que resultam em colaboradores mais saudáveis, engajados e produtivos.
Um exemplo prático de como as empresas podem apoiar os funcionários é por meio da implementação de programas de assistência psicológica (EAPs – Employee Assistance Programs). Esses programas fornecem suporte confidencial para questões de saúde mental, ajudando os colaboradores a lidarem com problemas pessoais e profissionais antes que eles se agravem. Além disso, iniciativas como grupos de afinidade, rodas de conversa, workshops e sessões de relaxamento são práticas eficazes para promover o bem-estar mental no ambiente de trabalho.
Outra dica da psiquiatra infantil e consultora do Instituto Cactus, Tais Moriyama, é a importância de os gestores conhecerem bem seus funcionários. “Quando conhecemos profundamente quem está com a gente, sabemos o que causa estresse para cada pessoa”, explica Tais. Ouça mais dicas no podcast em que ela participa.
Uma cultura organizacional que valorize a saúde mental é essencial para a criação de um ambiente de trabalho mais humano. Quando as empresas incentivam líderes e colaboradores de todos os níveis hierárquicos a falar abertamente sobre suas dificuldades, sem medo de retaliação, criam uma cultura de apoio e transparência. Esse tipo de abordagem não só fortalece os vínculos dentro da equipe, mas também ajuda na identificação precoce de problemas de saúde mental.
Se você quer continuar se informando sobre prevenção de doenças e cuidados em saúde mental, leia nosso blog ou acompanhe o Instituto Cactus nas redes sociais.