35ª Bienal de São Paulo permite debates sobre arte e saúde mental

por Instituto Cactus

27 de setembro de 2023

2 min de leitura

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As manifestações artísticas podem desempenhar um papel fundamental na promoção da saúde mental e oferecem um canal de expressão e de cuidado. As criações artísticas  permitem que as pessoas expressem pensamentos, sentimentos e experiências de maneira não verbal e ampla. Isso se torna especialmente relevante quando lidamos com questões relacionadas à saúde mental, pois muitas vezes essas emoções são difíceis de serem articuladas  e traduzidas apenas com palavras. 

Nesse contexto, a Bienal de São Paulo apresenta sua 35ª edição com o título “Coreografias do Impossível”, que fica até dezembro no Pavilhão localizado no Parque do Ibirapuera, com entrada gratuita. A exposição destaca trabalhos de “artistas-pacientes”, produzidos durante períodos de internações em hospitais psiquiátricos. Dentre esses artistas está Arthur Bispo do Rosário, brasileiro reconhecido por suas obras únicas e singulares, que passou grande parte de sua vida internado com o diagnóstico de esquizofrenia. E foi justamente entre as paredes do hospital que ele desenvolveu uma notável produção artística. Dedicou sua vida a catalogar e transformar objetos do cotidiano em peças artísticas intrincadas, muitas vezes feitas com  materiais simples como papelão, retalhos de tecido e fios. Seu trabalho incluía mantos, bandeiras e vestimentas e surpreendia pela autenticidade.

Arthur Bispo do Rosário se tornou um ícone daquela que é conhecida como arte bruta ou arte marginal, graças às criações profundamente pessoais e capazes de refletir suas crenças religiosas e visões de mundo. Seu legado artístico continua a ser estudado e apreciado, com obras espalhadas pelas principais galerias de arte do mundo.

Um levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, fundamenta essa ideia de que as artes desempenham um papel crucial na promoção da saúde integral. A publicação, que analisou evidências de mais de três mil publicações globais, revelou que o envolvimento com atividades como pintura, escultura e fotografia pode estar diretamente associado à redução do estresse, ansiedade e ao menor risco de desenvolvimento de sofrimentos psíquicos.

Portanto, dar visibilidade para artistas e temas relacionados à saúde mental em exposições renomadas como a Bienal de São Paulo é importante para se criar espaços alternativos para a discussão pública e colaborar para a quebra de paradigmas relacionados à saúde mental. O Instituto Cactus recomenda a mostra, parabeniza a curadoria e incentiva outras galerias e espaços públicos a promoverem mais debates deste tipo. Somente por meio deste diálogo e da sensibilização pública poderemos avançar naturalmente no entendimento e na abordagem de temas relacionados à promoção da saúde mental.

Detalhe da obra de Arthur Bispo do Rosário durante a 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo.

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